VALMI NEVES BOLCONTE
O poeta era funcionário da Caixa Econômica da Paraíba, quando da realização do concurso de poesia:
10º Lugar
Agência Cajazeiras
II MOSTRA DA LITERATURA ECONOMIÁRIA DA FILIAL PARAIBA. SELETA EM PROSA E VERSO.
Capa: Dênis Cavalcanti Porto. João Pessoa, PB: 1984. 95 p.
14 x 21 cm. Exemplar doado pelo livreiro José Jorge Leite de Brito
FUTURO CADERNO VELHO
Nascerão em mim os tristes domingos,
De festas horríveis (paixões radicais),
Colossais fantasias,
Irreais euforias e o medo completo
Dos que poluirão meu redor.
Será bela a nojeira na televisão,
Que me fará ciente: de uma propaganda,
Possivelmente: de nova galáxia,
Da PAZ NO ORIENTE... hic...
Da ironia de Lennon,
Da certeza do Raulzito.
Cumprirei sempre atrasando,
Matando o produto do amor,
Vivendo a guerra, quer não queiram,
Quer não queiram;
Não terei o que penso,
O que quero fatalmente não farei,
Assistirei ao fim do brilho,
Uma luz apagando ao longe,
Em pleno abismo do meu espaço.
E você pensará no meu medo da morte,
Do inferno, do fogo,
Guardados no mal eterno (um velho caderno)
De meras anotações.
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Página publicada em junho de 2021
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